A Morte de Ivan Ilitch, do russo Leon Tolstói, trata, precipuamente, sobre a morte e o sentido da vida. Ivan Ilitch é um famoso jurista, que tenta viver sua vida da maneira mais correta e o mais dentro da linha possível, tendo sempre em vista as convenções e regras morais burguesas. Assim é que, por conveniência, casa-se com Praskovya Fiodorovna e tem com ela dois filhos. Depois de um revés, Ivan consegue uma oferta de emprego em outra cidade e para lá se muda, com o intuito de recomeçar sua vida. No início, tudo vai bem, até que ele é acometido por uma doença misteriosa, que, em nenhum momento, é diagnosticada no livro (suspeita-se sempre dos rins ou do apêndice). Sua doença se desenvolve rapidamente e de tal forma que o impossibilita de sair de casa. Prisioneiro de suas próprias circunstâncias, Ivan Ilitch vê-se, então, cercado pela solidão e pela falsidade e passa a repensar toda a sua vida, de criança até então.
domingo, 4 de novembro de 2012
A Morte de Ivan Ilitch - Leon Tolstói
domingo, 18 de março de 2012
Down to the River - Lisa Hannigan
Falando em música, olha que delicinha Lisa Hannigan e Paul Noonan/Damien Rice (?) cantanto Down to the River! Quase uma oração! Apreciem:
Pitanga - Mallu Magalhães
Fazia tempo que eu não falava sobre música aqui. Mas que grata surpresa lhes trago: Pitanga, o novo disco de Mallu Magalhães.
Confesso que nunca fui muito fã da moça, achava sua voz extremamente fina e irritante e não conseguia dar crédito à uma pessoa que pintava a cara com tinta guache pra sair na tv. Porque, né, bom senso não aprova. Mas, vamos ao que importa.
Eis que, em 2011, Mallu ressurge, transformada, "em outra", e nos presenteia com o delicioso Pitanga, seu terceiro trabalho, produzido por ser namorado, o também cantor Macelo Camello. No álbum, podemos perceber a influência de Camello sobre Mallu, mas nem por isso deixamos de perceber que há uma Mallu ali, calma, serena, que agora segue o próprio nariz.
Todas as músicas são deliciosas de se ouvir. Difícil escolher uma só. Por que você faz assim comigo?, Sambinha bom, Velha e louca (e seu clip lindo que toda mulherzinha adora), Baby, I'm sure... Enfim, ouçam todas, o disco completo.
O único problema, aliás, de Pitanga é que ele só dura meia hora. Aí acaba e a gente fica querendo mais.
Espero que Mallu continue a nos brindar com essas surpresas. Não deixem de ouvir o seu Pitanga.
Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez
Cem Anos de Solidão é a obra mais famosa do colombiano Gabriel García Márquez, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982. A obra, tida como uma das mais importantes da América Latina e que já vendeu mais de 30 milhões de cópias desde o seu lançamento, se passa na cidade imaginária de Macondo e conta a história de seus fundadores, os Buendía, desde a fundação da cidade até sua 6ª geração, quando a estirpe, condenada a cem anos de solidão, é extinta.
A narrativa se passa num tempo e espaço próprios e envolve vários elementos fantásticos, contados de forma tal que nos parecem verossímeis.
José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, primeira geração dos Buendía, tiveram três filhos: José Arcadio, Aureliano e Amaranta. A história se desenvolve em torne desta geração, seus filhos, netos, bisnetos e trisnetos. A única personagem que sobrevive por todas as seis gerações da família é a matriarca Úrsula Iguarán. Ao longo do livro, vai se percebendo que os "Josés Arcadios" possuem características próprias, bem como todos os "Aurelianos", que têm a missão de desvendar os misteriosos pergaminhos de Melquíades, amigo de José Arcadio Buendía, que escondem a história da família.
Cem Anos de Solidão é um dos livros mais interessantes e originais que já li na vida. Não consigo pensar em nenhum outro que sequer se aproxime deste. Recomendo demais sua leitura. Estou certa de que não irão se arrepender.
1984 - George Orwell
"Uma pessoa que crescesse com a Novilíngua como única língua não mais saberia que a palavra igual, antigamente, tinha um significado secundário de igualdade política, ou que livre, antigamente, significava intelectualmente livre e que, por exemplo, uma pessoa que nunca tivesse ouvido falar em xadrez teria conhecimento dos significados secundários relativos a rainha e torre."
"As massas nunca se revoltarão espontaneamente e nunca se revoltarão apenas por serem oprimidas. Com efeito, se não se lhes permitir ter padrões de comparação, nem ao menos se darão conta de que são oprimidas."
George Orwell é um pseudônimo do jornalista e escritor inglês Eric Arthur Blair, que ficou conhecido por suas obras de cunho político, que influenciam até hoje nossa cultura. Suas obras de maior repercussão são Animal Far (A Revolução dos Bichos) e Nineteen Eigthy Four (1984).
Em 1984, Orwell narra a tentativa de Winston Smith, personagem principal do enredo, de se rebelar contra o regime do Big Brother, o Grande Irmão, e sua ideologia totalitária, o IngSoc. O alerta que se quer fazer é o de que, se não combatido, o totalitarismo pode prosperar em qualquer lugar.
A trama, bastante envolvente, se passa num megabloco imaginário, denominado de Oceania, em que o Grande Irmão tudo sabe e tudo controla. Ao longo da narrativa, acompanhamos as tentativas de Winston e sua amante, que foi quem o despertou para a opressão que o IngSoc imprimia às pessoas, de driblar o Partido. Vamos sofrendo, nos angustiando e percebendo, juntamente com eles, como as coisas, de fato, são.
Leitura obrigatória. Indico, também dele, A Revolução dos Bichos, um opúsculo, de fácil leitura e agradabilíssimo.
Que os alertas de Orwell não sejam esquecidos.
Crônica de uma Morte Anunciada - Gabriel García Márquez
Crônica de uma Morte Anunciada foi o primeiro livro que li, muitos anos atrás, de Gabriel García Márquez. Confesso que, à época, fiquei frustada. Por se tratar de um García Márquez, superestimei-o.
A história, narrada como se fosse uma matéria jornalística, cuida do assassinato de Santiago Nasar pelos irmãos Vicário, em virtude de aquele, supostamente, ter deflorado Ângela Vicário, irmã destes, o que a fez ser devolvida por Bayardo San Román após o casamento deles.
Como, naquela época, dívidas de honra eram pagas com a morte do ofensor, os irmão Vicário, embora não o quisessem, foram compelidos a ceifar a vida Santiago, em virtude da acusação que lhe fora imputada. Assim, a trama se desenrola em tentativas sempre frustradas de que alguém impeça que o feito ocorra.
Toda a população sabe do que irá acontecer a Santiago, menos ele próprio, que, por acasos do destino, nunca toma conhecimento de sua morte anunciada.
O livro - um opúsculo, na verdade -, embora, como dito, não tenha me agradado a priori, não é de todo ruim. Quem sabe, num tarde tediosa, quando não tiverem o que fazer, esse livro lhes será de grande valia, oferecendo-lhe boa companhia nessas horas vazias. E, acreditem-me, como ele é fininho, vocês não vão querer largá-lo até saber que final, enfim, teve Santiago Nasar.
Contra a Parede
Contra a Parede é um longa alemão de Fatih Akin, lançado em 2004, que narra os dramas e choques culturais do turcos radicados na Alemanha. A trama gira em torno de Sibel (Sibel Kekilli), uma jovem turca que deseja levar uma vida como a de toda jovem alemã, e Cahit (Birol Ünel), um quaretão que se tornou autodestrutivo após perder a mulher.
Ao se encontrarem em uma clínica psiquiátrica, Sibel convence Cahit a casar-se com ela. Seria um casamento de fachada, apenas para ajudá-la a livrar-se de sua família turca tradicional, de modo que eles seriam livres para envolver-se com quem quisessem e ela bancaria a vida a dois. Após muitas tentativas por parte de Sibel, Cahit aceita casar-se com ela.
Após algumas cômicas visitas à casa dos pais de Sibel, os dois se casam e passam a morar juntos. De início, a liberdade agrada. Mas, com o tempo, as coisas começam a mudar e é aí também que se complicam.
É a velha história de sempre, dos diferentes que se apaixonam, mas com um pouco mais de energia. Depois de certo tempo, os personagens, culpados, se domesticam e a trama perde um pouco de sua força inicial, se torna previsível. Mas, ainda assim, Contra a Parede merece ser visto. Recomendo.
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